As empresas familiares e sua (necessária) guinada rumo à sobrevivência
Um número muito expressivo de empresas no Brasil é familiar, contudo, quando o assunto é este, muitas informações chegam de forma imprecisa, seja para destacar qualidades que não são tão relevantes quanto se pensa, seja para falar sobre problemas que não se verificam na escala em que são referidos. Até a própria conceituação acaba sendo um tanto quanto confusa, já que muitos consideram empresa familiar aquela em que membros da família trabalham, mas isso – por si só – não é suficiente.
O conceito de empresa familiar geralmente surge quando a mesma chega a sua segunda geração de gestores e, sem sombra de dúvidas, quando os vínculos de consanguinidade ou de afinidade são determinantes para se definir quem irá suceder na gestão. Neste ponto reside uma das principais questões relacionadas à sobrevivência da empresa, já que nem sempre a melhor escolha para a função é representada por um familiar.
As empresas – de um modo geral – enfrentam inúmeros obstáculos e quando às dificuldades típicas do empreendimento acresce-se aquelas vinculadas à família, a situação tende a ficar mais crítica, já que quando se observa que os aspectos familiares preponderam (e não são apenas considerados como um elemento) na gestão da empresa, normalmente, podemos especular que ali há uma gestão centralizadora, que acaba não preparando o ambiente pra sucessão; que há um ambiente de disputa e/ou favoritismo entre herdeiros; falta de profissionalismo na contratação de funcionários/parentes, dentre outros problemas.
Sem prejuízo de outros ramos do saber que podem auxiliar o empresário às voltas com sucessão, o Direito oferece um leque de ferramentas que podem ser muito úteis e cuja adoção deve ser considerada neste processo.
Isso envolve desde revisão do contrato social / estatuto, a formatação de acordos entre sócios, criação de órgãos consultivos, instituição de políticas internas, dentre outras medidas.
A profissionalização da gestão não se trata de um acessório de luxo. Pelo contrário, ao que tudo indica, a complexidade do mercado acabou por convertê-la em “item de série”, que envolve diversos saberes; e sem o qual os empresários dificilmente sobreviverão bem.
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